Abrindo o Livro de Cabeceira
|
||
estado bruto * estado puro Livros Livro 1 Livro 2 Livro 3 Livro 4 Livro 5 Livro 6 Livro 7 Livro 8 Livro 9 Livro 10 Livro 11 Livro 12 Livro 13 Livro 1b Livro 2b Livro 3b Livro 4b Livro 5b Livro 6b Livro 7b Livro 8b Livro 9b Livro 10b Livro 11b Livro 12b Livro 13b Livro 1c Livro 2c Livro 3c Livro 4c Livro 5c Livro 6c Livro 7c Livro 8c Livro 9c Livro 10c Livro 11c Livro 12c Livro 13c Livro 1d Livro 2d Livro 3d Livro 4d Livro 5d Livro 6d Livro 7d Livro 8d Livro 9d Livro 10d Livro 11d Livro 12d Livro 13d Livro 1e Livro 2e Livro 3e Livro 4e Livro 5e Livro 6e Livro 7e Livro 9e Livro 10e Livro 11e Livro 13e Livro 1f Livro 2f Livro 3f Livro 4f Livro 5f Livro 6f Livro 7f Livro 8f Livro 9f Livro 10f Livro 11f Livro 12f Livro 13f Livro 1g Livro 2g Livro 3g Livro 4g Livro 5g |
Wednesday, July 30, 2008 são coisas que estão embaixo da pele, debaixo do que está em baixo, intocáveis, invisíveis. nadamos na mesma água, fomos ninadas com a mesma cantiga, que agora é cantada por outra menina para outra menina — elas, que também se abrigam na mesma caverna. elas e suas bonecas, com a mesma cantiga que veio de longe, atravessou o oceano em um navio, brigando. e havia o sonho. assim como nossas travessias pelo ar. você acredita em Deus como se fosse tudo. eu fico tentando esvaziar, em busca do nada. eu posso achar você cega e você pode me achar perdida. dá na mesma. passos, tombos, dores iniciais. e todos os outros, incluindo criações mais complexas que um colar de miçangas.-kikks 10:39 PM
Tuesday, July 29, 2008 pés dormentes-kikks 11:24 PM
Thursday, July 24, 2008 há muitos anos, eu chamava este portal de vigésima quinta hora. eu tinha acabado de conhecer Chen Lingyang, a solidão de um corpo imenso nos tetos de uma cidade. parecia Nagiko escrevendo em cima de um prédio. eu e pedaços de minha alma se espalhando pelos cantos como poeira para, ao juntarem-se ao ar depois de dar um passeio sobre os tetos de prédios baixos, deslizassem como uma massa uniforme e invisível. a vigésima quinta hora tinha imagens e silêncio. não tinha troca. foi assim que as letras começaram a esvoaçar.-kikks 5:55 PM
Tuesday, July 22, 2008 da sobravida que sobra de sobra -kikks 4:13 PM
Wednesday, July 16, 2008 quero ler a palavra e todos os espaços que existem entre as suas letras. quero escrever até cansar e chegar na não-palavra. quero saber qual é o nome disso que eu sinto e que parece não ter nome. escrita fluida e transparente. pena deslizando sobre o papel. teclado no ritmo da respiração. erros de digitação, caligrafia espontânea, rascunhos vivos. pensamento não elocubrado. clareza de intenção. sugerir, sentir e transpor para o papel e para a tela a minha pele, o que existe em todas as suas camadas, em sua superfície e o que ela esconde. tocar pontos ínfimos da alma. para que a distância do oceano seja percorrida como alguém que atravessa a rua. transformar a ausência do toque em carícia íntima.-kikks 7:13 PM
Monday, July 14, 2008 existe uma mulher que mora no quarto andar. o prédio em frente ao dela também vai até o quarto andar. há até um outro piso em cima deste, que fica sob o telhado e onde, antigamente, moravam os empregados. na imaginação dela, este quinto andar é um piso de verdade. há outros mais construídos sobre ele, como nas grandes cidades, e elevadores para transportar sonhos.no prédio da frente, há um vizinho que mora neste quinto andar. ela não consegue enxergá-lo direito porque ele tem janelas cujas persianas regulam sua transparência. isso dá um ar sério a ele, o vizinho. mas o fato de ela poder vê-lo através de frestas faz com que a mulher enxergue principalmente pedaços de janelas abertas. há dias em que ele abre as janelas integralmente e é possível vê-lo em sua totalidade. na imaginação do quinto andar existem também rumores. rumores de que a casa possui uma janela que não tem vista para lugar nenhum. apesar de parecer um canto confinado, trata-se do cômodo mais transparente de todos. é ele que abriga toda a abertura que ele tem para o mundo. pois o vizinho também tem imaginação. como as janelas da mulher estão sempre abertas, ele pode ver a alma dela por completo. e tocá-la, mesmo que os prédios estejam separados por uma rua de concreto. |
|