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Abrindo o Livro de Cabeceira
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Monday, January 19, 2004 sabe essa coisa que respira? é sussurro, que não é sim nem não, é quase um sim, uma porta aberta não a todo mundo-kikks 10:51 PM
ela chamou de Espírito Santo e tanta gente chamou de tantos nomes essa coisa que é apenas viva
-kikks 10:50 PM
MENTIRA, eu sinto
-kikks 10:49 PM
ANESTESIADA, tento imaginar o que eu não sinto
-kikks 10:48 PM
eu acho que devia olhar mais pra ela nos olhos e esquecer o que não aconteceu. havia uma prensa pesada nos fundos da casa, cheia de lembranças. toda vez que eu escrevo as coisas assim... nem eu mesma sei disso, mas é exatamente essa coisa que eu penso, por que é que você não pergunta se é esse mesmo o cheiro meu cheiro? é claro que pergunta, o tempo todo, só não ouve. eu escuto cada passo, cada fio de cabelo que se movimenta, escuto o tempo todo que tem dias que nem dormir consigo. só por isso. é sempre assim quando te escuto. quando te escuto é uma coisa microscópica, larvas e arrepios, coisas que andam pelo corpo e derretem e me melam toda, hoje pelo menos é assim. tem dias que é suave, é sol e brisa, com borrifador de água no rosto olhando para longe, sem pretensão de ter o que fazer. eu particularmente gosto muito desses dias em que escuto sua voz bem clara e dou risada dizendo que voz estranha é essa e a única reação é sua cabeça baixa e vaga.
-kikks 10:45 PM
tiraram o sangue dos muros e eu fiquei sem nada para beber
-kikks 10:30 PM
Friday, January 09, 2004 e de manhã, sem pedir a ninguém, nem mesmo a Deus, começa a tocar. é mais uma dessas felizes coincidências que fazem as pernas se cruzar e descruzar. estou abafada e isso me condena. estou livre de outras coisas. e presa nas linhas do oráculo. criando teias que se desmancham. solidez ignorante e frágil de todos aqueles... mesmos, com "s" no final. mas isso me fatiga, me fatiga de dar zonzeira. estou um pouco tonta, abra as janelas, por favor. não sei o que escrevo. é alguma coisa que canta aqui nas extremidades. não disse extremismo. disse extremidades. você vem? amanhã, quem sabe. amanhã não existe. não vivo para isso. então eu vou. então você não entendeu absolutamente nada. muros brancos, sabe, você se perde em muros brancos e não sabe onde está o céu às vezes. e quem é que precisa disso? não sei, tem gente que precisa saber dos porquês. e tem gente que acha que não precisa de nada. e você, precisa de quê? eu não sei também, acho que dessa coisa pequena que limpa as teias, que faz tocar, que pode ser no começo do dia - eu sei, parece muito. mas é o resto, todo aquele resto, que me priva da vida. e você vê uma saída? claro, quase todas, algumas debaixo da poeira grossa. tem aquelas outras também. é, aquela é azul azul. são as minhas preferidas, obrigada por ter me lembrado da existência delas. mas nem sempre tenho muita paciência pra isso, me chateio fácil com essas coisas. não era pra ser assim né? é, nem vale tanto a pena se você parar para pensar. eu sei disso. então não vamos falar mais nisso. feche os olhos. pra quê? porque eu quero beijar.-kikks 11:43 PM
Thursday, January 08, 2004 Never Neutralgostei dessa coisa aqui: "In this last trip I bought many notebooks, made of different kinds of paper; I also bought some more pens, different kinds of pens." e dessa: "VIVO A VARIOS RITMOS" -kikks 5:58 PM
Ferrugem
Número de caracteres: 310 Eu estava aqui brincando de ferrugem. Tudo aqui acontece a minha maneira. A ferrugem é espessa. Eu costumava ficar arrepiada, mas agora eu sinto um gosto bom. Como tartare. Você come carne crua e fica com isso dias na boca. Geralmente eu tomo muita água. Dizem que a ferrugem aumenta, mas é mentira. Ela dilui. -kikks 5:56 PM
lixia com chuva
-kikks 4:51 PM
Monday, January 05, 2004 "Sinto que neste exato instante morre alguém. Isso me perturba, esse último suspiro, e na Irlanda nasce um forte menino ruivo. É como se me avisassem. Eu digo bom dia ao robusto garoto."Um Sopro de Vida, Clarice Lispector (P. 150) |
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