Abrindo o Livro de Cabeceira

estado bruto * estado puro





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Tuesday, December 30, 2003

 

escrevo histórias no meu pulso
nos meus peitos, olhos e mãos
quero que as letras não sequem
se tornem vivos em mim e ti
escrevo sobre aquilo que não é falado
nem mesmo para as paredes
quando se chega em casa
aquilo que se vive até o último instante
o último fôlego, quente, úmido
escrevo sobre sonhos
os meus
de quem mais?


-kikks 7:13 PM

Thursday, December 25, 2003

 

chuva fina, muito fina
e cheiro de pipoca doce


-kikks 12:00 AM

Tuesday, December 23, 2003

 

só um pouco menos


-kikks 8:40 PM

Monday, December 22, 2003

 

Letras evaporam
Número de caracteres: 1293


O cafuné desliza mal devido às mãos ainda um pouco úmidas. Quase não liga para o cheiro de cebola. Eu gosto de tomar banho assim, com a água fervendo nos ouvidos. Fecho os olhos e imagino a água quente de uma cachoeira que nem mesmo existe. Encontrei um amigo na rua. Sorrisos no cruzamento. Gosto de encontrar pessoas das quais não faço questão de me esconder. Tem disso, tem disso. Falamos dos cubanos – do cubano. Ele me fala da melancolia dos leões e eu me entretenho com isso tanto quanto com as cebolas, as batatas que se tornam quadradas, cenoura, vagem, abobrinha. Pouco sal, tenho de me lembrar disso. A febre adormece na cama. Recolho as caixas de remédios pela casa, as sacolas de plástico nesses momentos fazem mais barulho que os caminhões passando na avenida debaixo. Os passos mais altos estão pelas ruas, as ruas dos grandes cruzamentos. As pessoas brincam de Natal. Eu brinco de cozinha. Trago o livro de do-in na mochila. É ninguém acredita. O gato está sozinho na casa. O território é meu. Mais uma vez eu tenho aquela sensação de que uma vida, uns alguns meses, um pouco mais de um ano, se reverte em vida. É a segunda vez que isso acontece. Tento sentir e me tranco na cena dos meus sonhos. Na cozinha. Suando com o calor do fogo e deixando palavras nas páginas em branco.


-kikks 7:59 PM

Tuesday, December 16, 2003

 

e quando soube que estavas vivo, que a voz era tua, que eu entrei por uma porta e, quando saí, tinhas feito o mesmo caminho, mas pelo lado de fora e estavas exatamente na porta da saída com um pacote nas mãos, pacotes que não compras em lojas, sem te esconder atrás de biombos que têm a metade da tua altura, que caminhas com passos leves e firmes, eu sorri, em silêncio, é isso mesmo


-kikks 6:44 PM

Monday, December 15, 2003

 

Edifício Copan – bloco A – andar 23
Anna me deu Almodóvar
e une de plus belle vues de São Paulo


-kikks 3:34 AM

 

reafirmo o gosto da bebida
meio metálico e gelado
aí tudo faz brilho
até as paredes escuras


-kikks 3:33 AM

 

Meu cheiro
Número de caracteres: 1477


Cheiro efervescente de areia que se mistura a água. Sem grãos incômodos. Amaciante. Sinto a respiração nas articulações dos dedos. Então reparo que sempre tem um sentir perdido em qualquer fração da fração. Um sentir constante em todos os movimentos. Fujo para fora de mim. Uma ilusão consciente de que o viver latente poderia escapar. Não consigo enxergar os limites, o final do espaço que ocupo. Ainda assim vejo que é possível delinear o branco. Incongruências que por vezes se encaixam. A incapacidade física do olfato traz o cheiro de volta. O tecido é vermelho. Nos sofás, nas roupas. Não desbota.Não havia nada de cor pura na casa. Percorro os corredores – o branco – novamente para ver se não estou enganada. E isso se sobrepõe a realidade. Então vejo a tampa da garrafa. Uma parte de tinta preta para duas de água. E nem assim ele se perdia. Nem você. Era o meu espaço de ponta dos pés e pele arrepiada de frio. De frestas abertas. Posso fechar? Assim acabou com a minha brincadeira. Eu queria fazer carícias no ar. Em troca, ofereceu-me palavras. Primeiro palavras que não eram minhas nem suas, depois lábios, mãos, caminho e doze graus de noite. Nessa ordem. Depois vieram outras coisas. E a fome, sempre a fome. As frutas eram amarelas e doces. Mas se comesse, não teria sentido tanto. Com sensações se preenche o vazio. Era uma espécie de reza. Uma espécie de bula. Sou contra essas coisas. Mas dessa incongruência não me arrependo. Só por isso ainda vives em mim.


-kikks 3:32 AM

Wednesday, December 10, 2003

 

ainda na linha frases

engasgada de tanta letra


-kikks 4:36 PM

Tuesday, December 09, 2003

 

eu adoro o Nelson Sargento

"o nove vira zero, o nove vira zero"
"agoniza mas não morre"


-kikks 4:04 PM

Monday, December 08, 2003

 

presa na contradição das cores


-kikks 7:38 PM

 

efeito óptico e vertigem


-kikks 5:50 PM

 

vestido para descer as escadas


-kikks 5:50 PM

Tuesday, December 02, 2003

 

Miss-sixty
Número de caracteres: 704


Fiquei pensando que essa era aquela escada por onde nunca passei. Poderia ter subido ou descido junto. Mas eu não sei atrás de que portas elas estão. Eu poderia ter subido antes. Você passaria por mim com passos altos e alcançaria o telhado. Eu chegaria devagar com uma cesta e sem palavras. Com os olhos, diria que sim. Hoje colocaram o círculo de volta no chão. Na verdade, ele nunca tinha sido tirado de lá. Você não reparou? Não, eu não reparei. Fiquei olhando para as pessoas e esqueci de ver o que havia no chão. No tapume, havia um número que não era o número da casa e não era o número que eu queria ler. No lugar do dois colocaram o zero. Forcei a vista e de nada adiantou. O seis continuava lá.


-kikks 11:18 PM

 

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