Abrindo o Livro de Cabeceira
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Friday, July 30, 2004 meus pés estão ficando parecidos com os seus. acho que estou mais próxima-kikks 8:35 PM
o número da casa é 127. o nome da rua é estranho. encontrei uma borboleta morta na rua. coloquei para o canto. as pessoas podem pisar. podem pisar nas flores também. e assim fui toda atrapalhada me vestir, com roupas grandes e muitos ajustes. passam-se quilômetros e, toda vez que chego naquela rua, espero. tenho medo do silêncio. quase toquei a campainha.
o amor de nabie era o nome do filme. ela deve ser da ilha. só na ilha tocam assim. hoje não tinha silêncio. tinha muro azul, carro azul e enfeites e coisas no parapeito da janela. havia uma garrafa com outras coisas dentro. e o som. depois, a anna soprou "saudade" pelas catedrais. depois o vento, depois as folhas. e os passos que não eram baixos nem altos. hoje acordei ouvindo o mundo. -kikks 5:44 PM
Friday, July 23, 2004 vira e mexe, essa frase chegapassos baixos, passos muito baixos -kikks 11:10 PM
Thursday, July 22, 2004 les lumières sont allumées-kikks 12:09 AM
Tuesday, July 20, 2004 vejo meus futuros calos. a força visível-kikks 5:03 PM
"a pele é o nosso maior e mais sensível órgão"
-kikks 4:52 PM
"olha para o que te criou para descobrir o que te imortalizará"
Manual da Tigresa Branca -kikks 4:50 PM
se eu saísse procurando você em livros. eu saí procurando. e encontrei uma capa dura com fotos límpidas. eu sei, é uma história antiga. haviam nomes que não eram seus. mas todos os fluidos eram meus. se eu saísse pelo chão, escorregaria e me arrastaria. resina branca que respira. a memória emocional. il ny a pas de meubles. a árvore foi esquecida. tudo é plástico que se move na sua história momentânea. começa e termina praticamente no mesmo instante.
-kikks 4:33 PM
existe um certo padrão de jugulares (e de intensidade)
-kikks 4:30 PM
agora que eu sou só veias, veias e pescoço, veias e pés, e contornos e músculos, onde as letras vão parar?
-kikks 4:26 PM
smells like
-kikks 12:17 AM
green tea spirit
-kikks 12:16 AM
Monday, July 12, 2004 se eu resolvesse sair procurando você pelos papéis, será que encontraria? tenho a impressão de que você dá pouca importância para essas coisas. para frases escritas. quer apenas uma letra, duas letras, três letras. formas. mas sem resquícios. sabe aquele líquido colorido em uma garrafa plástica no canto da sala? então, pensei que pudesse ser uma água suja ou um o desenho que não ficou no papel. a tinta que seca no pincel, a tinta que não escorre. suas sobras. achei que era aquilo, mas me enganei. você não disperdiça nada e nem deixa rastros apesar de ter um chão de coisas e não de pisos. quem vê pensa que são rastros. eu tenho a impressão - e com você, sempre que se trata de você, eu sempre tenho impressões - de que você aproveita tudo. que você suga tudo. até o último instante. e quando se trata de você, eu tento sempre deixar um vestígio, preso num cheiro perdido em algum canto da sala. um respiro, um ruído. tipo casquinha de ferida que a gente vai arrancando e não consegue cicatrizar. a pele embaixo da pele. nova pele que se forma. uma imagem nova sobre a imagem velha. daqui dez anos será outra pessoa. na vida. e no sonho. olho para aquele monte de galhos que balançam no inverno, o vento gelado. é como se visse o movimento de todas as letras, sonhos de uns que pulam para o colo de outros. pessoas que nem se conhecem se beijam e se abraçam. e nesse movimento todo onde é que você se encontra. não sei.-kikks 7:06 AM
Monday, July 05, 2004 no meio da copa da árvore, uma estrelaapenas uma. segundo o andy, a hora da brasa -kikks 5:08 PM
Friday, July 02, 2004 e o resto do mundo tão fechado em si mesmo, cercado de muralhas e pedras que eu não entendo como é que se respira.-kikks 9:26 PM
a poeira do sol sussurrou "barcelona". eu afundava no asfalto e tinha essa impressão, de que refazia um caminho, aquele caminho do qual nunca me lembro. não sei quais as ruas devo percorrer. e mesmo assim eu chego. então, a anna me diz que ela pensou muito em mim esta manhã caminhando pelas calles. que a cidade era estranha e nova. eu ri. era tudo tão óbvio, menina! quando me disse isso, vi que foi você que soprou a minha nuca.
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