Abrindo o Livro de Cabeceira

estado bruto * estado puro





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Tuesday, May 24, 2005

 

K1
Eu quero ficar velhinha assim e passar minhas manhãs observando as flores antes da minha leitura... já vou começar a praticar agora pra não perder tempo...

K2
era quase meia-noite e andei por este tunelzinho com um caminho de luzes no teto. e fui bem devagarzinho, como os velhinhos, para o tempo durar mais


-kikks 5:29 PM

Tuesday, May 17, 2005

 

acabei de dar um mergulho. é, eu sei, estava pensando em você hoje mesmo. o telefone tocou e eu lambi os braços. não, quem lambeu o braço foi você. ainda salgado de mar. assim, aquela noite não morre. um dia, ele chegou em casa com cheiro de praia. eu podia sentir no beijo a areia nos pés. essa história foi contada numa mesa de bar, junto com aquela em que Ela gozava entrando na água. se a água é o elemento que transforma... se o que existia antes volta a ser depois dela - um pouco diferente, é claro... pó que vira creme que vira areia, agora mais densa, com as sujeiras da vida. quando ele dança com o corpo branco, faz um desenho no chão. são rastros de alma.


-kikks 11:23 PM

Thursday, May 12, 2005

 

você vê o anel e vê a alma

os círculos
os ciclos

o KIAI dela é dourado


-kikks 9:07 PM

 

não sabia se estava viva até colocar as mãos em água quente.

nuca
e cabelos

fio solto
perdido no lugar certo

(apenas um)


-kikks 9:06 PM

 

o salto acaricia o asfalto


-kikks 9:05 PM

 

pés na água


-kikks 9:05 PM

 

Eu me questiono se a mais verdadeira é aquela que existiu ou a que está viva.


-kikks 9:04 PM

Tuesday, May 10, 2005

 

Sempre há uma praça com pêssego.
Ou ameixas.
Nêsperas.
Sempre há um sempre.


-kikks 7:58 PM

 

Todos os dias em que saio me sinto uma Nothomb que despenca para ser livre. Penso que preciso te contar que há mais de um mês eu sinto isso. Que já morri cerca de 36 vezes e, quando me deparo estraçalhada no chão, acordando com outros corpos, esqueço-me de tudo. Hoje, era como se eu estivesse dentro de uma daquelas webcams que mostram como é o céu de outono. Não era uma máquina que via, apesar do vidro que nos separava. Era exatamente isso, sem interferência de leitura de imagem. Caí mais uma vez. Vi que você tinha pequenas bolsas nos olhos. E dedos compatíveis quando colocados lado a lado. Fermina Daza voltou com 17 anos. E eu com 28.


-kikks 7:57 PM

 

Naquele dia em que havia sangue na grama você estava lá?


-kikks 7:57 PM

 

O nome japonês estava escrito numa tela de vidro. Letras vermelhas. Se eu parar agora o que acontece? Não deu tempo de pensar. As duas portas metálicas se abriram. Agora eu vou para sempre. Para lá. Vou pegar um jornal. Pedi uma informação. E parti de uma maneira covarde. Medo de encontrar com as minhas entranhas jogadas no meio da rua, perfumando um beco qualquer só para testar se te impressionava. Me impressiona. Você quem sabe. E de que isso adianta. Porque está tudo lá num canto da calçada. As pessoas não desviam. Não olham nos olhos. Não fazem reverências. Enquanto isso, você se dilacera em alma. Eu vejo a raiz da sua pele. Enraizada em si mesma. Eu toco de leve. Muito de leve porque dá um certo medo constatar que você está lá. Se não reavivo a lembrança corro o risco de um dia acreditar que não foi bem assim. Não foi bem assim que andamos por aquelas ruas de barro gelado. Que brilham. São ásperas apenas para que as pontes pareçam promessas e o rio seja translúcido mesmo quando há sujeira. Você não acredita nisso, eu sei. Descobriu que o envelope era fúnebre e não festivo. Eu queria festivo. Você se perguntava por que festivo se tudo já havia morrido. Tudo? Sim, você responde. Onde é que resta a verdade? Eu me questiono se a mais verdadeira é aquela que existiu ou a que está viva.


-kikks 7:56 PM

Monday, May 02, 2005

 

me percebo em dias como este. em que faço coisas óbvias como abrir meu baú. os sentidos da alma se afinam tanto que é possível descrever com precisão o instante em que começou a chover.


-kikks 4:12 PM

 

tem dias que escurece mais cedo


-kikks 4:12 PM

 

Relendo o passado, uma fala importante:

"Preciso deixar de querer deixar de sentir
A suavidade e a graciosidade sempre me levaram mais longe."

E nem faz muito tempo...


-kikks 4:11 PM

 

Você nem se lembra, mas essa voz já foi tua um dia.


-kikks 4:11 PM

 

Ao pegar 62, de Cortázar:

"não posso me afastar do que eu sou"


-kikks 4:10 PM

 

Seu braço era uma vela. Minha frase se tornou uma seqüência de cenas. Os pontos. Era o que eu diria se o interlocutor fosse uma criança. Mas não era. E o que veio foi o silêncio. A captura de um instante mergulhada em subjetividade. Não há palavras, pensei. Disse a mesma coisa que diria para qualquer pessoa que cruzasse aquela conversa naquele momento: "exatamente". O ar abraçou a fala muda.Palavras que nunca foram inventadas. Instalou-se um vácuo povoado de flores. Estômago e meu coração na mesma vibração em que se movia a chama. O copo de leite caiu no chão. Espalhou-se sobre os dedos, que tentavam dar forma ao líquido. Inútil gozo de todos os dias. Durando mais que alguns segundos, se banalizam na respiração. Diluem-se em sussurros pronunciados durante o sono. Duração indeterminada de gozo que não chega todos os dias. Gozo não programado. Isso era o intraduzível. Flores raras numa tarde congelada. Memória de outono.


-kikks 4:10 PM

 

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