Abrindo o Livro de Cabeceira

estado bruto * estado puro





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Thursday, December 28, 2006

 

não conhecia essa poeta/lingüista... Ivonne A. Bordelois
ela organizou as correspondências de Alejandra Pizarnik

SOMBRA DE LOS DÍAS A VENIR
Mañana
me vestirán con cenizas el alba
me llenarán la boca de flores.
Aprenderé a dormir
en la memoria de un muro,
en la respiración
de un animal que sueña.

SOMBRA DOS DIAS POR VIR
Amanhã
vestir-me-á com cinzas o amanhecer
encher-me-ão a boca de flores.
Aprenderei a dormir
na memória de um muro,
na respiração
de um animal que sonha.

SHADE OF COMING DAYS
Tomorrow
the dawn will dress me with ashes,
they will full my mouth with flowers.
I will learn to sleep
in the memory of a wall
in the breath
of an animal who dreams.

L'OMBRE DES JOURS À VENIR
Demain
l'aube m'habbillera avec des cendres
ils rempliront la bouche de fleurs.
J'apprendrai à dormir
dans la mémoire d'un mur
dans la respiration
d'un animal que rêve.


-kikks 4:10 PM

 

peguei uma imagem neste site
(que nem tem nada de tão especial)

era apenas para me lembrar desta manhã



-kikks 3:59 PM

 

sonho que não era sonho
flores chegando pela manhã
e letras que continham sentimento

quando finalmente acordei, vi que elas continuavam lá
parecia ouvir bernard hermann, uma certa vertigem
pequenos rosas coloridas em movimento


-kikks 3:55 PM

Tuesday, December 26, 2006

 

a paixão segundo G.H.

(de Clarice, óbvio)

perda da terceira perna


-kikks 1:22 PM

 

teve uma vez que eu falei de calçadas. que elas nunca se cruzariam. penso agora em uma via muito larga, daquelas que rasgam a cidade de ponta a ponta. alguns copos vazios jogados no chão, um pouco de sol, uma ilha que passa quase despercebida, passos apressados e uma certa lentidão da vida. de qual vida? palavras esgotadas, palavras presas, palavras que voam. palavras em uma caixa de correio. emoções. robôs que caminham o trajeto de todos os dias sem saber que tudo o que precisam é de um pouco de respiro. ida e volta, ida e volta. corpos duros, corpos desfigurados, corpos entrelaçados. chegam em casa e abrem um armário qualquer. não aquele que tem duas camisas, uma sobre a outra, com suor seco, impregnado, endurecendo o tecido. os cruzamentos aqui são confusos, levam para lugares desconhecidos, eu me perco quase sempre em cruzamentos. quanto mais penso, maior a chance de fazer uma escolha errada. de repente, pego um atalho de paredes úmidas. o sentimento é ambíguo. um pouco de medo e um pouco de liberdade. a qual das sensações eu me prendo? depende do dia. depende do instante. se é tarde da noite nem meus passos eu escuto. escuto o silêncio de david lynch. o silêncio de ibrahim. o silêncio de um alemão perdido em buenos aires. traços negros no visor de uma lomo guardados em uma caixa de papéis amarelados. é apenas mais um. caminho um pouco nervosa por não conhecer o fim da via ou quando vai chegar o próximo cruzamento. enquanto penso nisso, me deparo com o adolescente de olhos arrancados. apesar de não enxergar mais nada, ele continua sonhando. nos sonhos, as coisas vão aparecendo sem a gente esperar. não dá para controlar nem ele nem a ponta dos dedos. esbarra-se casualmente. então deixa.


-kikks 12:49 PM

 

eu escrevia pelo e-mail:

"e continuada
agora descontinuada"


-kikks 12:32 PM

Monday, December 25, 2006

 

elucidação do dia.


-kikks 4:05 PM

 

olhar para a janela clara, um certo prazer e uma certa sensação de que o momento da elucidação foi perdido, ficou para trás.


-kikks 4:04 PM

 

minha amiga falou de "rupturas dulces"
achei tão bonito


-kikks 3:46 PM

 

ABRIR GAVETAS


-kikks 2:27 PM

 

não vejo árvores daqui, mas escuto pássaros

deve ser o parque


-kikks 1:07 PM

 

quando quero chegar nos buracos, nas frestras, no subsolo, eu recorro ao caio, sem medo de sentir aquele vazio apertado, o cinzeiro inundado de restos, as memórias, aquelas mais escondidas e cultivadas. é uma vontade quase incontrolável, inconsciente. e quando estou lá lá no fundo mergulhada em lembranças, em memórias, chorando possibilidades que não foram, ouvindo ouvindo uma sirene aguda e incessante, aspirando lágrimas, quase sem fome e sem sede, aparece coen. coen é uma brisa dessas que venho falando há dias. já buscava alguém que precisasse me lembrar, com realidade e com doçura (eu precisava querer ser lembrada). quando começo a emergir é clarice, botando a cabeça para fora d'água depois de quase se afogar.

hoje, eu corri para a monja
"Hoje eu sei que a vida vale a pena ser vivida em sua plenitude deste instante eterno"


-kikks 12:50 PM

 

transitoriedade


-kikks 12:49 PM

 

vida e não vida... eu já me perguntei isso. quando é que estou mais viva. quando realizo. quando exteriorizo. quando me esvazio de ações. de qualquer maneira, a base vem sempre do arroz com feijão. só dá para esvaziar aquilo que já foi muito pleno.


-kikks 3:07 AM

Sunday, December 24, 2006

 

vontade louca de correr
sem abandonar

abandonar-me


-kikks 1:56 PM

 

tive uma escada muito clara


-kikks 1:55 PM

 

hoje eu não tive chá


-kikks 1:55 PM

 

quando eu era pequena, se dizia
"sem pé nem cabeça"


-kikks 1:48 PM

 

as letras foram caindo
uma a uma
palavras quebradas


-kikks 1:48 PM

Wednesday, December 20, 2006

 

* fechar mais os olhos (sem apertar)

* colocar a mão de leve nas pálpebras

* contrair 1% todos os músculos do corpo


-kikks 10:20 PM

 

uma caixinha, duas, três. onde é que eu caibo? no quadrado de luz. se um dia perguntarem o que é que eu sinto, eu vou dizer para olharem para dentro daquela parede. mesmo quando a parede deixar de existir. podem apagar o que está escrito nela. um dia me perguntaram se isso era arte. eu não respondi. pensei no volume mais baixo que eu poderia pensar que aquilo era uma brisa que entra no coração sem você nem perceber. quando vê, está lá: o coração inundado de brisas. daí, o fôlego vai, vira trem cortando o verde. tem gente que gosta de dar nomes ou, quando não dá nomes, fica querendo entender o que se passa. eu gosto de fechar os olhos e passar a mão de levinho na superfície. ou mesmo no ar. sentir essa pressão que só é densa para que saibam da sua existência. mesmo assim, nem sempre se sente.


-kikks 10:10 PM

 

não sei se eles pensam. acho que eles sentem.

coletar sentimentos

para depois dar vida ao que não é vivo


-kikks 10:08 PM

 

será que um dia eu consigo tocar lá no fundo do fundo?


-kikks 10:06 PM

 

uma casa de washi... já pensou nisso, flá?


-kikks 10:03 PM

 

mudar a mesa para onde bate sol


-kikks 10:02 PM

 

até que ponto sentir ou deixar de sentir para chegar no sublime?


-kikks 10:01 PM

 

tchi... tsui... sui... sss


-kikks 9:59 PM

 

sala de chá

eles pensam no silêncio ou nos ruídos?

breves ruídos


-kikks 9:58 PM

 

casa de livros


-kikks 9:57 PM

Monday, December 18, 2006

 

jardineira de livros
(e um sorriso que se esboça)


-kikks 9:08 PM

Sunday, December 17, 2006

 

quanto tempo dura uma epifania?


-kikks 11:38 AM

 

resquícios de presente


-kikks 11:38 AM

Friday, December 15, 2006

 

instante perdido


-kikks 3:18 AM

 

e assim te mando um pequeno beijo que fica no ar


-kikks 3:16 AM

 

distribuía os sentimentos em passos. era isso ou tomar chá aos goles. não, não era uma opção, era uma convicção quase. sua respiração pode durar o instante de uma música e percorrer o caminho daquele ar que se desenhava em um terreno ilimitado de um jardim de inverno. as folhas caídas no chão eram tão miúdas a ponto de serem confundidas com rastros de instante. os pés que buscava estavam sempre quentes, à procura de uma fresta que contasse histórias de um tempo mais leve. a umidade era uma certeza de que ainda havia vida, mesmo que um pouco envelhecida. o cheiro de poeira impregnado em finas camadas de tecido. quase podia tocá-lo, mas ele não estava lá. e não era a falta de um corpo, de um cheiro, de saliva. saudade não tem tamanho, não é muita nem pouca. pode ser uma pequena ausência a poucos quilômetros. vazio que desgoverna por instantes. vazio que pode ser preenchido com o som de uma respiração, um toque que esbarra no corpo no meio da noite, inconsciente, um pedaço de alma que cruza o caminho por um atalho.


-kikks 2:54 AM

Thursday, December 14, 2006

 

e o vento entra


-kikks 2:29 PM

 

janelas abertas
(finalmente)


-kikks 2:03 PM

Sunday, December 03, 2006

 

vida em suspensão
mesmo quando o vento é pouco


-kikks 5:36 PM

 

a brisa se instala sem pressa


-kikks 5:35 PM

 

arrancar os rascunhos
sem resitência
com uma precisão que não deixa

resquícios


-kikks 5:34 PM

 

rasgar através do outro
sem colagens, sem refação


-kikks 5:33 PM

 

limpar os vidros
limpar a alma

(para inês)


-kikks 5:32 PM

 

chegar no que existe de mais íntimo pela distância
depois de percorrer o mesmo caminho muitas vezes descobri-lo vazio e puro


-kikks 5:32 PM

 

qual é a memória do presente?


-kikks 5:32 PM

 

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