Abrindo o Livro de Cabeceira
|
||
estado bruto * estado puro Livros Livro 1 Livro 2 Livro 3 Livro 4 Livro 5 Livro 6 Livro 7 Livro 8 Livro 9 Livro 10 Livro 11 Livro 12 Livro 13 Livro 1b Livro 2b Livro 3b Livro 4b Livro 5b Livro 6b Livro 7b Livro 8b Livro 9b Livro 10b Livro 11b Livro 12b Livro 13b Livro 1c Livro 2c Livro 3c Livro 4c Livro 5c Livro 6c Livro 7c Livro 8c Livro 9c Livro 10c Livro 11c Livro 12c Livro 13c Livro 1d Livro 2d Livro 3d Livro 4d Livro 5d Livro 6d Livro 7d Livro 8d Livro 9d Livro 10d Livro 11d Livro 12d Livro 13d Livro 1e Livro 2e Livro 3e Livro 4e Livro 5e Livro 6e Livro 7e Livro 9e Livro 10e Livro 11e Livro 13e Livro 1f Livro 2f Livro 3f Livro 4f Livro 5f Livro 6f Livro 7f Livro 8f Livro 9f Livro 10f Livro 11f Livro 12f Livro 13f Livro 1g Livro 2g Livro 3g Livro 4g Livro 5g |
Friday, March 31, 2006 fim da maratona butoh:"meu corpo é meu museu e ele tem esse sentimento" tadashi endo e olha que eu só fiquei na teoria -kikks 4:54 PM
Thursday, March 30, 2006 minha amiga foi para a Índia e me trouxe uma Kali e um caderno que tem cara de passado... na verdade, é o mesmo caderno que um dia veio de Paris, a mesma folha (daquela que tem outras folhas), o mesmo cheiro (isso é impressionante), a mesma forma de amarrar. só que a capa é colorida. roxo que não desbota (tanto). existem presentes que são comprados por homens. e presentes comprados por mulheres.tem coisa mais bonita do que caderno feito por pessoas que têm uma história de vida? e por meio de outras vão parar nas mãos de outras -kikks 12:59 PM
Monday, March 27, 2006 a música era do zeca baleiroa voz e o corpo do tadashi China Japão Alemanha Brasil eu não sou cristão / eu não sou ateu / eu não sou japa não sou chicano / não sou europeu / eu não sou negão / eu não sou judeu / não sou do samba nem sou do rock / minha tribo sou eu. (e eu, mergulhada no nomadismo de Maffesoli) -kikks 3:34 AM
Tasogare (=crepúsculo) espetáculo "outonal" de Tadashi Endo movimento sem movimento eternidade recordações vazias que são flores invisível visível estar entre (MA) entramos no seu corpo arigatougozaimashita -kikks 3:26 AM
Sunday, March 26, 2006 dia 25ainda penso nós e Tadashi Endo todos discípulos -kikks 1:11 AM
Saturday, March 25, 2006 dia 24no andar de cima de um restaurante francês, toca o meu telefone. desci as escadas e estavam todos lá. encontro inevitável. vi um pedaço do seu ombro e seu rosto no espelho. o jeito de sentar, as pernas, a mochila no chão. o olhar sempre curioso. e a bata branca (sutis transparências). primeiro, sentei-me em sua cadeira. depois, devolvi-lhe o lugar. no fim da noite, pedi licença e o servi. deixei a cerveja cair em seu copo. me emocionei, sobretudo, com seus gestos. sua abertura. transbordava amor. tocava, sorria. falava, falava. olhar nos olhos de um mestre e contar histórias bobas. nós, moyashis, diantes de uma cultura toda. uma cultura que abaixa a cabeça e se diz moyashi. que faz seus silêncios e pausas quando tem uma emoção (muito) forte. -kikks 7:21 AM
Wednesday, March 22, 2006 (para não esquecer)dedicatória de Clarice no livro de Macabéa "Meditar não precisa ter resultados: a meditação pode ter como fim apenas ela mesma. Eu medito sem palavras e sobre o nada. O que me atrapalha a vida é escrever." -kikks 3:47 AM
"Aquela relutância em ceder, mas aquela vontade do grande abraço. Ela se abraçava a si mesma com vontade do doce nada. Era uma maldita e não sabia. Agarrava-se a um fiapo de consciência e repetia mentalmente sem cessar: eu sou, eu sou, eu sou. Quem era, é que não sabia. Fora buscar no próprio profundo e negro âmago de si mesma o sopro de vida que Deus nos dá. (...) Morta, os sinos badalavam mas sem que seus bronzes lhes dessem som. Agora entendo esta história. Ela é animinência que há nos sinos que quase-quase badalam. A grandeza de cada um. Silêncio. (...) O silêncio é tal que nem o pensamento pensa. (...) Eu vos pergunto: - Qual é o peso da luz? E agora - agora só me resta acender um cigarro e ir para casa. Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. Mas - mas eu também?! Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos. Sim." A hora da estrela Clarice Lispector -kikks 3:41 AM
Chopin amolecia os ossos de Clarice.
-kikks 3:37 AM
se aos 16 eu lia epifania pela primeira vez...
-kikks 3:33 AM
despertei com palavras. incrivelmente lúcidas. eu e as palavras. estava nas ruas (era preciso estar, é preciso estar). macabéa... as epifanias de clarice. um prenúncio da morte. ou da vida. tanto faz. lembrei das pequenas epifanias de caio, cotidianas. também enunciei. que o tempo presente é o presente. um dia serão mais que presentes. faz exatamente quatro anos que comecei a renascer. e hoje começo de novo. outro dia, eu disse: comecei a começar. a transformação que durou meses hoje dura alguns minutos. os dias ajudam (há um tempo, nem isso). a luz que cega, a luz que acalma. muitos silêncios quebrados. hoje é 21 de março de 2006. c`est ça.
-kikks 3:21 AM
Saturday, March 11, 2006 est l'absence la présence?-kikks 12:34 PM
alejandra pizarnik escribió el sentido de su ausencia si yo no me atrevo a mirar y a decir es por su sombra unida tan suave a mi nombre allá lejos en la lluvia en mi memoria por su rostro que ardiendo en mi poema dispersa hermosamente un perfume a amado rostro desaparecido -kikks 12:28 PM
utiliser les blanches, le vide pour remplir les mêmes blanches, le même vide faire l'amour par quelques mots faire de l'absence la présence -kikks 12:23 PM
Tuesday, March 07, 2006 sem almofadas no chãosem ganchos no teto sem nada passando pela cintura nada de ferro ou de cordas o medo também é fluido -kikks 6:17 AM
quatro braçadas e uma música na cabeça o filme, a ilha, o mar e azulejos no chão chão? -kikks 6:15 AM
Monday, March 06, 2006 cheiro de chuvaa fumaça dança quase parada movimentos sutis harmonia gotas ou lágrimas (só para lembrar que estamos vivos ? de novo) -kikks 4:57 PM
Wednesday, March 01, 2006 na lista de lembretes dela:"escrever sem prêmio" "crítica que seca tudo" -kikks 6:10 AM
o é que inexiste, que foi criado, construído. lembrar da última lembrança. as datas de validade de emoções enlatadas. depois de comer todas as frutas, onde é que vou buscar mais memória. vou lembrar de novo, em cima daquilo que foi lembrado. realidade modificada. o que não existe mais passa a existir de outro jeito. paredes que mudam de cor conforme o tempo passa. tentativa inútil de tirar a camada de poeira. trajetória sem sentido. eu entro desço uma escada que tem uma placa dizendo o nome. um nome que não existe. mas as letras estão lá marcando algo que não tem lógica. percorro as ruas de trás para frente. pontilhados sobre um mapa imaginário. como ruas em que a ordem das casas e da numeração não faz sentido. não é preciso nem procurar. não há placas. corredor iluminado pela porta dos fundos. uma escada que não subimos. jardim oculto e gritos. baixos, mas ainda assim gritos. faço uma leve reverência, descalço os sapatos e subo mais um degrau.
-kikks 6:00 AM
pensei em fazer uma camiseta, mas não era o caso coloquei tinta sobre o papel tinta pronta letras que saem de uma esteira de letras é tão fácil assim ter um registro fiel? -kikks 5:59 AM
um clique recria o passado no sábado, às 12:25 no domingo, às 11:03 baixinho, para não ser ouvida -kikks 5:58 AM
proposta: memória vivo disso -kikks 5:57 AM
resquícios recorrentes
-kikks 5:57 AM
gosto da superfície lisa (com uma ou duas folhas caídas). um pouco de sujeira me lembra que há vida.
-kikks 5:56 AM
o nome do livro é água viva.
-kikks 5:55 AM
clarice diz: "escrevo simples" e quando não escreve está morta. -kikks 5:55 AM
falava da água e da música que me conduziu entre os azulejos. as pernas percorrendo um espaço em que eu não reconhecia a minha existência. a música estava lá. lancei-me. sem controle daquela superfície em que o corpo não era mais corpo. o sol trazia outras luzes. a pele translúcida. sem pensar, tirei o som. no vácuo, os sons são diferentes. a mesma sensação de vestir outra pele. me esconder sobre grades. tronco de plástico. tirar a pele. ouvir os sons. lancei-me. um azul e outro azul. vibração do ar. vibração da água. lancei-me. parei para ouvir o avião. estava tudo lá.
|
|